sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Flor de lis



És a mais bela do meu jardim.
Seu mistério não está nas suas cores
No seu aroma;
Seus mistérios escondem-se na textura de suas pétalas,
Nos tímidos raios que nascem de gotas de orvalho adentrando a sua seda.

Sabrina Stolle. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Borboleta



Cada dia é uma nova metamorfose
Hoje minhas asas nasceram azuis
Ontem verdes
Amanhã eu já não sei.
Cada dia o casulo expulsa uma cor diferente.
Quando amanheceu, minhas asas invadiram o céu com formas indefinidas; misturas de desenhos
Ontem elas bordaram o céu com suavidade; alguns traços finos e delineados.
Se o dia de amanhã chegar, quero que elas exibam a mais linda forma, igual ao seu quadro na minha parede.
Quanto a sua textura?
São macias, sempre invadindo o mundo acariciando o ar.

Sabrina Stolle

domingo, 22 de setembro de 2013

O marinheiro



Usava um suéter branco com listras azuis,
um verdadeiro marinheiro,
Navegava na chuva, nas ruas, nos bancos das praças.
Seu barco não era de aço nem de madeira,
era construído com os risos das crianças
construído com os jogos de baralhos,
com as conversas amigas;
construído com o jornal do cara de bigode.
O barco flutuava na mente, no corpo, nas ambições.
O marinheiro ia do sol a lua.
A tormenta das guerras, as tempestades não o assustavam.
Destemido navegava bravamente pelas esquinas sem saber que se afundava cada dia mais nos braços da garota de laço vermelho no cabelo.

Sabrina Stolle

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quando os lábios se calam

No sorriso os requisitos da infância.
A boneca no canto do quarto escuro.
Nos braços a enxada que cava a cova do futuro.

Sabrina Stolle


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Movimento de recordações

Peguei no fundo do armário latas de tintas
As mesmas que coloriram as paredes da casa nova.
Com elas dei vida ao balaço do lado de fora da janela.
Uma pincelada de cor na madeira desgastada com o tempo me fez lembrar o mês de março, você voava feito borboleta no meio do azul do céu.
E em cada pingo de tinta eu via o seu sorriso
A saudade foi chegando de mansinho.
Fechei os olhos.
O pincel deslizou entre meus dedos registrando no balanço o seu retrato. 

Sabrina Stolle

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Descobrindo o amor



Eu brinco feito criança navegando no azul do seu olhar.
Giro feito um carrossel experimentando o desenho dos seus lábios.
Entrelaço meus dedos nos seus feitos botões de vestido de renda.
Meu coração segue as batidas do seu coração feito orquestra que toca em noite estrela. 

Sabrina Stolle