quarta-feira, 26 de março de 2014

Cacos da rotina



Sobre a mesa de vidro se encontram alguns pedaços de papeis rabiscados e canetas falhadas.
O som ambiente são palavras digitadas na mente,
Conceitos e teorias que são quebradas constantemente pelos ruídos vindos do jardim.
O corpo exausto debruçado sobre o livro estremece feito cordas de violão ao ouvir o eco das folhas da palmeira caindo ao chão, subitamente.
As palavras tornam-se tinta que gotejam nos olhos.
A colisão das folhas com o chão movimenta o ser,
Engrenagens que se soltam
Peças enlouquecidas trabalhando sem parar
Sem controle os braços se movimentam sem ritmo,
O corpo rasteja pela sala...
Sem sincronia as letras saem do papel, mergulham no ar colam nas paredes.
O ser salta em direção as cortinas bordadas
Arremessando-se contra o vidro
Tornando-se borboletas brancas que pousam sobre os galhos.

Sabrina Stolle.