domingo, 23 de fevereiro de 2014

Um mundo pintado por fadas e bruxas



Os pés não estão fixos ao chão e ao mesmo tempo a mente não consegue levitar. O corpo permanece imóvel, estático ao movimento.
O feitiço não se quebra. Magias e porções são inertes. E o corpo flutua sem sair do lugar.
O mundo borbulha vida, nos bancos da praça caricaturas de todos os tipos passam. No chão estão impressas pisadas sem ritmo, descompassadas no tempo na intensidade.
A solidão do homem inerte é quebrada por palavras: “são fadas e bruxas”. E diante dos olhos gotas coloridas circulam no ar, misturam-se a almas negras que emergem das arvores. Tudo permanece igual.
E invisível diante do mundo ele tenta mudar a cor do céu; não sendo possível separar o bem do mau.
Sem saída e sem movimento, gruda-se ao amarelo diante dos seus olhos tornando-se assim uma gota de cor. Agora podendo voar, encarrega-se de enfeitiçar as vidas sem ritmo com sonhos bons.

Sabrina Stolle

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Chuva de pétalas

Senti colarem em mim
Textura quase imperceptível.
Partículas de perfume e suavidade cobriam o meu corpo
Umedeciam de desejo a minha pele...
Caiam sobre mim pétalas vermelhas, azuis e amarelas
Resquícios de tulipas, hortências e lírios
Encaixavam-se nas pernas, nos braços, no rosto...
E o ser inerte se tornava um mosaico de cores.
Um ser perdido no tempo
Engolido por películas finas que tocavam a sua epiderme.

Sabrina Stolle.


Imagem retirada da internet.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O pintor




Na beira do mar,
Em frente às montanhas fixadas sobre o horizonte ele borda o mundo
Cores frias e cores quentes cospem na tela os buracos do coração.
Imprimem os sentimentos mais sacanas e os mais fugazes.
E em cada pincelada transforma a dor em arte
Transformando o branco em um borrão
Um emaranhado de cores na sua retina
Rabiscos do adeus na retina do artista.