sexta-feira, 12 de junho de 2015

12 de junho


Hoje é dia de poesia.
Escorrem do lado de fora gotas de chuva
Janela borrada de respirações duais do lado de dentro.

Ao passo que o vento sussurra lá fora
Dentro a pele se arrepia com murmúrios de palavras sagradas.
Tons vocais que pronunciam a energia da vida.

E o dia chove.
No jardim lembranças de amores passados
De beijos roubados.
Entre as paredes do quarto os olhos continuam fixos,
Imóveis como um céu sem nuvens
Uniforme como o teto do mundo pintado de azul.

E quanto mais imobilizado o olhar mais o corpo chora:
Gotículas de suor que escorrem da pele sem pudor.
Pupilas que dilatam quando se cruzam,
Contrações que produzem cochichos feito o som da chuva que chora.



OBS:
Poema dedicado a todas as formas de amor, daqueles que deram certo e daqueles que não deram também.
Daqueles utópicos e dos reais.
Aos amores que deram frutos e dos que não saíram do papel.
Inspirado no amor que não escolhe classe nem gênero, no amor não classificado. 
E sim dedicado e inspirado naquele amor que não possui etiqueta e nem rotulo, simplesmente acontece e colore a alma e até as manhãs chuvosas. 
Não desejo aos meus queridos leitores um feliz dia dos namorados e sim um feliz dia do amor, porque ele sim vive dentro de nós ele sim floresce a nossa melhor essência.

Com carinho,
Sabrina Stolle.


terça-feira, 2 de junho de 2015

Dia de chuva. Arco íris refletido no olhar




Há quem diga que o sol traz vida. Há aqueles que dizem renascer quando o sol, timidamente, sorri rabiscando o azul do céu. Mas e os dias de chuva? E os dias de nevoeiro, garoa e trovões? Antes de ontem eu conheci um novo lugar. Terra de princesa, homens sapos e mulheres rãs. Terra úmida, terra de sombrinhas. Giro de 360 graus de laranja, azul, lantejoula: cabelo e roupa de sombrinhas e guarda chuvas que dançavam nas lágrimas da princesa.  E quanto mais ela chorava, mais úmida ficava a cidade... Era a cidade da chuva.
Antes de ontem eu conheci um novo lugar. Terra do rei sol, estrelas dançantes e cometas. Terra quente, terra de sol e pó de estrelas. Giro de 360 graus de luz e poeira, par de estrelas que dançavam na escuridão de um sol tristonho. E quanto mais às estrelas dançavam mais só o sol ficava. Ele resolveu tirar férias.
Antes de ontem eu vi o sol descer e mergulhar na cidade da chuva. Eu vi e senti que dias melhores não se fazem apenas da combinação de sol e lua, de segunda feira que pula para sexta feira, de um novo dia.
Antes de questionar a existência desses dois lugares que eu visitei e vos contei, feche os olhos. Apenas sinta. Apenas imagine. E assim verás uma terra de uma princesa que chora e uma terra de um sol que entristece. Na terra da princesa que chora, há debaixo de toda água guarda chuvas e sombrinhas coloridas que dançam e que pensam em casamento. Na terra do sol que entristece há estrelas que dançam e espalham poeira, rastros de luz. E tudo assim se faz e tudo assim é porque o rei sol resolveu tirar férias. Sim, uma esfera que desceu até uma pequena cidade submersa por lágrimas de uma princesa que dança e que chora. Foi amor a primeira vista, ele ensinou a ela a dança do sol e ela o ensinou a dança da chuva. Desta combinação, faixas de tonalidades riscaram o céu de ponta a ponta...
“Mas e os dias de chuva? E os dias de nevoeiro, garoa e trovões?” eles também trazem o equilíbrio, a paz que nasce do encontro dos raios de sol com as gotas de chuva. 

Sabrina Stolle.

Texto inspirado pela peça teatral "Cidade da Chuva", produzida por Humberto Soares e Alex Nascimento.