sábado, 6 de maio de 2017

A crise dos 23 anos


Ter 23 anos, para mim, não tem sido uma poesia. Apesar dos inúmeros sentimentos e sensações que têm habitado em mim...
Ontem em uma das minhas crises existenciais alguém muito especial me sugeriu escrever, fazer uma poesia. Logo de imediato descartei a hipótese, escrever pareceria algo muito distante de uma solução para meus conflitos internos. Porém, hoje senti aquela necessidade feroz de pôr tudo para fora. E como de costume, nunca sei como este texto irá terminar, se irei conseguir expulsar tudo aquilo que me consome ou se farei apenas mais um texto dramático ou sem sentido. O importante ainda é pôr para fora.
Tenho encontrado a enorme dificuldade em me encaixar: nas roupas, na casa, na rotina. Um dia desses vesti um dos meus vestidos prediletos, um dos inúmeros estilo “boneca” que tenho em meu guarda roupa. Senti-me estranha, como se aquela roupa tão adorável não combinasse mais comigo, apesar de eu desejar olhar no espelho e encontrar a imagem que eu tanto gostava. Vesti então uma roupa diferente, mais madura, mais mulher e novamente me deparei com a sensação de me olhar no espelho e não me enxergar. E isto não tem acontecido somente com as roupas, não tenho mais me encontrado no meu próprio lar. É como se a casa que eu sempre morei não fosse mais minha e sim somente dos meus pais. Tenho me deparado constantemente com o fato de não encontrar objetos banais, como um produto de limpeza ou um balde, me parece que já não sei mais como tudo funciona por aqui. Não consigo mais pedir conselhos aos meus pais, quase tudo que aprendi precisei transformar para caber em mim, minhas ações, minhas interpretações e minhas próprias resoluções de problemas do dia a dia passam a ser a minha maneira. Ao mesmo tempo tenho me sentido só, como se não houvesse ninguém no mundo a quem pedir um conselho. A faculdade é outra coisa dos meus 23 anos que não tem se encaixado, professores exigentes, provas daquelas que você precisa decorar e logo depois de fazer já esqueceu, exigências fúteis quando se está no último ano da faculdade e precisa se dedicar a prática mais do que nunca. Mas acredito que o último ano da faculdade deve ter seus problemas tenha você qualquer idade.
Já iniciei e pausei este texto diversas vezes, um sábado à tarde sempre exige muito e como de costume eu não me achei em vários afazeres deste dia. As vezes parece que o domingo não é diferente de segunda e terça não é diferente de sexta, é assim quando se vive uma rotina a qual não se é mais feliz. Por momentos o desejo de ser mãe me invade, queria que minha rotina fosse invadida por ações como arrumar os brinquedos espalhados pela casa, passar o uniforme da escola e ajudar no dever de casa. É algo que cresce cada vez mais em meu coração. Fico imaginando como seria as inúmeras entrevistas e visitas, o que eu responderia quando me perguntasse o porquê de querer ser uma gestante de tempo indeterminado. Fico também imaginando como seria a sua reação ao me ver, se você seria pequenino demais para dizer alguma coisa ou se já fosse capaz de me fazer várias perguntas. Fico pensando em como seria a cor dos cabelos e dos seus olhos, se seria menina ou menino, como seria o seu abraço e o seu cheiro. De repente outras inquietações aparecem, o que eu diria sobre o seu primeiro pesadelo e como eu lidaria com as dificuldades da escola. E neste exato momento eu me pego escrevendo inúmeras lindas sobre você em poucos minutos. Como pode a gente amar alguém que ainda nem conhecemos? e que talvez nem nasceu ainda? Talvez ainda não tenha nascido fisicamente, mas já nasceu e continua crescendo cada vez mais em meu coração.
Acho que já fugi do assunto... abrir o coração tem dessas coisas, falamos sem usar muito a razão e quando vemos já contamos até nossos sentimentos mais secretos. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Poemas inéditos de 2016

Os olhos insistiam em estar marejados
Por aquilo que não se via
Pelo aquilo que não se podia tocar

Era um mar aberto
Expandido por todos os lados
Emergindo a vida em todas as suas fronteiras
Era um azul claro e profundo habitando em mim.

08 de novembro de 2016
Sabrina Stolle



A vida passou leve feito sussurro ao pé do ouvido
Não era primavera e nem dia de sol.
Tentei apanha-lá
Mas ela se desfez feito bolha de sabão.

25 de novembro de 2016
Sabrina Stolle


É primavera no meu olhar quando te vejo

São sóis que percorrem minha face quando sorri

Uma festa na cortina matinal da janela da minha alma quando você vem...

20 de dezembro de 2016
Sabrina Stolle


Nosso lar

Quero luzes pequenas e coloridas na parede do nosso quarto, um pisca pisca que permita eu enxergar de forma tênue e suave o seu olhar a me fitar.
Quero olhar a pia com dois jogos de xícaras sinalizando o nosso elo matinal. Desejo também que com o passar dos anos a louça se multiplique aumentando o nosso nós.
Quero estender  no varal um lençol florido, com pétalas que escondem os nossos sussurros e gemidos mais secretos.
Quero ver as cortinas balançarem feito bailarinas que dançam enquanto corremos pela casa com nossos risos felizes.
Quero encontrar em cada detalhe da casa um pouco de mim, de você, de nós. Minha porta amarela e seu Buda na sacada.
Quero os garfos e panelas que escolhemos juntos. Quero tijolos soldados com amor.
Quero um lar com cheiro de sonho realizado e com sabor de felicidade.

15 de dezembro de 2016
Sabrina Stolle

Leitura de Férias!

Boa tarde, pessoal!

Bora começar 2017 com muita produção?
No post anterior compartilhei com vocês uma criação de férias e agora gostaria de compartilhar com vocês o que ando lendo.
Para começar minha maratona de leitura (risos!) terminei de ler o livro "Florbela Espanca Antologia de Poemas para a juventude" de Denyse Cantuária, poemas maravilhosos da minha musa Florbela que ganhei de presente de aniversário em outubro e que faltava poucas páginas para eu encerrar a leitura. Logo após seu término comecei a ler um livro que eu havia comprado no inicio de 2016 na feira do livro, aqui na minha cidade. Sabe aquele livro que te instiga pelo título? tema e capa? Foi assim que aconteceu quando vi a obra "Hannah Senesh diários, poesias e cartas" de Frida Milgrom. Um trabalho fantástico que visa compartilhar um pouco da vida de uma poetisa pouco conhecida no mundo que foi uma verdadeira heroína para o povo judaico e que teve sua vida tragicamente interrompida com apenas 23 anos de idade.

E você? nesse tempo de folga iniciou alguma leitura? Aquele livro encostado há tempo em algum canto do quarto que você começou a degustar? Se sim, compartilha aqui com a gente!

Beijos de luz para vocês!

Sabrina Stolle


Atividades de férias!

Boa tarde, pessoal!

Faz um tempinho que não compartilho com vocês o que minha mente anda rascunhando, por este motivo vim aqui compartilhar um pouco com vocês o que ando aprontando nestas férias rsrsrs

Para quem não sabe, eu tenho uma paixão enorme por cães e tenho duas companheiras: a Amora e a Lilica. Neste período de recesso de aulas e trabalho comecei a mexer no meu cantinho e me deparei com uma sacola de panos e fios e adivinhem o que eu fiz? Isto mesmo! fui produzir looks para as minhas parceiras de criação que sempre deitam perto de mim enquanto estou no meu ateliê criando, quer amizade mais gostosa que esta?
Para a Lilica fiz lacinhos para as sua cabeleira loira e para a Amora fiz coleira com laços já que minha ruivinha tem o pelo baixo. Fiz para ambas os enfeites com a mesma estampa para arrancarem suspiros de tanta fofura neste verão!
As fotos você confere abaixo:



Beijinhos em forma de lambidas da Amora e da Lilica para vocês!