quarta-feira, 20 de julho de 2016

O último suspiro do poeta

Olhe no fundo dos olhos deste poema triste
Procure sua raíz entre as entranhas da íris
Tateia esse corpo habitado de palavras 
Sorrateiras e delicadas 
Cheias de uma dor tão elegante...
Que fitam,
Que consomem o silêncio...
Verbos gritantes 
Rimas desconectadas dançando feito aliteração
Anunciando no véu da noite um gemido pálido   

Sabrina Stolle

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Uma casa sem dono


Na incerteza moravam tantas coisas,
Tinha gente que dizia que era casa de fada e outros casa de bruxa.
Da incerteza não se ouviam vozes, passos e nem sussurros baixinhos na calada da noite.
Não cabiam lá nem princesas e nem dragões, nem  o anão da branca de neve e nem o gigante do pé de feijão. Era uma casa feita de teto de futuro que ameaçava  se desprender a qualquer vento de presente. O chão era de medo, coberto de poeira de sonhos perdidos...
Não tinha cor e nem forma, a incerteza era um emaranhado de desejos desconectados.

Sabrina Stolle.