segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Mais um rascunho brotou em mim



De repente, um som ecoou dentro de mim.
Meu corpo se encontrava imóvel, quase sereno se não fosse a perplexidade das cantigas e vozes que embalaram a noite.
Um ressonar entre sonho e pesadelo.
Meus cílios se puseram eretos e pude ver que o céu do meu quarto continuava com um branco homogêneo. Porém, meu corpo insistia em não se mover.
Já era dia, já era segunda feira e tudo parecia normal, menos dentro de mim.
Os ruídos que se perpetuavam me pareciam familiares. Eles pronunciavam sentimentos semelhantes a indagações que já habitavam o meu ser. Era uma espécie de renúncia aos dias atuais. Onde todas as coisas (ou quase todas, será?) são divididas entre favoráveis e desfavoráveis, útil e inútil, certo e errado.
Enquanto eu dormia visitei o mundo de Alice.  Era um mundo pequenino e lá viviam apenas um rei e um Buda, uma fada e uma bruxa. Era um espaço pequeno onde cada um e suas ações tinham sua devida importância. O meio termo era importante. Era necessário a astúcia do rei e a compaixão do Buda para que o equilíbrio ocorresse. Eram necessárias as cores da fada e as travessuras da bruxa para que o mundo de Alice pudesse crescer e aprender.
Do lado de fora da minha janela o mundo parece me assustar. Ele não cabe no meu coração.  Do lado de dentro o mundo de Alice flutua, mas ele não cabe em minhas mãos. E novamente a dicotomia aparecia...
Tentei me achar, levantei e me olhei no espelho. 

Sabrina Stolle.

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